Os usuários estão inquietos com o futuro do programa Federal Vale-gás nacional. Esta inquietação tem fundamentos sólidos. A Medida Provisória (MP) que institui a criação do adicional para o projeto social está prestes a vencer. Se o Congresso Nacional não aprovar a MP até o final desta semana, o programa poderá sofrer um corte de 50% em seu valor.
Informações não oficiais indicam que aliados do governo estão seriamente aflitos com a situação. Até agora, não há uma data definida para a votação da MP, que inclui os pagamentos adicionais do vale-gás nacional. A MP precisa ser votada tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal.
Duas alternativas para o governo
Com base em informações não oficiais, pode-se afirmar que o governo está considerando dois possíveis desfechos para a situação.
Duas alternativas para o governo
Cenário 1
A primeira opção do Governo Federal é continuar lutando pela aprovação da MP no Congresso Nacional até o final do prazo. Este seria o cenário mais vantajoso para o Executivo. Em entrevista, o líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues, afirmou que acredita que conseguirá aprovar a MP até o final desta semana.
“Nossa missão, nosso compromisso, nosso empenho é para entregá-la ao presidente da República até quinta-feira. Eu, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner, o líder do governo na Câmara, José Guimarães, e toda a coordenação política do governo estamos comprometidos com isso. A prioridade é a entrega das MPs”, declarou.
Cenário 2
Contudo, membros do Governo Federal reconhecem internamente a possibilidade real de não aprovação do documento no prazo estabelecido oficialmente. Portanto, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão preparando um plano B para ser implementado caso a MP vença.
A proposta é manter o adicional do Auxílio-gás nacional por meio de um decreto. Desta forma, os cidadãos não teriam que receber menos caso a MP não seja aprovada. No entanto, essa opção pode ser arriscada, pois a oposição pode argumentar que existe uma manobra jurídica potencialmente ilegal por parte do Governo Federal.
Entendendo o problema jurídico
A situação é complexa e bastante inédita no Congresso Nacional. O trecho que estabelece a criação do adicional do Vale-gás nacional foi incluído pelo Governo Federal no texto original da MP do Bolsa Família.
A MP do Bolsa Família não deve expirar nesta semana, mas apenas no final do próximo mês de junho. Por outro lado, o trecho da MP que cria um adicional para o Vale-gás nacional expirará já no dia 1º de junho. Há, portanto, uma variedade de opiniões distintas sobre o que fazer em situações como esta.
O adicional do vale-gás nacional, como era?
Originalmente, o texto que cria o programa Vale-gás estabelece que o Governo Federal deve sempre pagar 50% do preço médio nacional do botijão de gás de 13 quilos, uma taxa definida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Como foi alterado pela MP
No ano passado, o Congresso Nacional permitiu que o Governo Federal, então liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aumentasse essa taxa de pagamento para 100% do preço médio nacional do botijão de gás. Esta nova regra teria validade até dezembro, e foi o que ocorreu.
Ao assumir a presidência, Lula (PT) decidiu publicar uma MP sobre o tema. Neste documento, ele determinou que o Governo continuasse pagando 100% do preço médio do botijão de gás. Uma MP tem efeito de lei assim que é publicada, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional dentro de um prazo de até quatro meses.
Como pode ser
Se o Congresso Nacional aprovar a MP, o documento é oficialmente transformado em lei. Caso não aprove, o Vale-gás nacional retorna ao seu formato anterior, ou seja, com o Governo pagando 50% do preço médio do botijão de gás.