Brasil campeão em impostos na folha de pagamento: FGV adverte sobre precarização do trabalho

O Brasil se destaca como um dos países com maior carga tributária, ou seja, impostos na folha de pagamento, o que gera preocupações sobre os impactos no mercado de trabalho e na Previdência Social.

A reoneração da folha, medida que visa aumentar a arrecadação para financiar o sistema previdenciário, levanta questionamentos sobre seus efeitos na geração de empregos, formalização e competitividade das empresas.

Como o alto imposto na folha de pagamento Impacta no Mercado de Trabalho

Especialistas alertam que a reoneração pode levar empresas a buscar alternativas para reduzir custos, como terceirização e aumento da informalidade, precarizando as relações de trabalho e diminuindo os direitos dos trabalhadores.

Essa prática já é observada em alguns setores, impulsionada por fatores como a alta carga tributária e a busca por maior flexibilidade nas relações trabalhistas.

Comparação de tributos com Outros Países

Em países europeus como França e Alemanha, a tributação sobre a folha de pagamento também é significativa, mas se concentra em outros setores além do trabalho, como consumo e propriedade.

Já nos Estados Unidos, a tributação é menor e o sistema de seguridade social funciona de forma diferente, com maior ênfase na responsabilidade individual.

Desafios da Previdência Social

O debate sobre a reoneração da folha não pode ser dissociado da situação da Previdência Social brasileira.

O regime enfrenta um déficit crescente, pressionando o governo a buscar soluções para garantir sua sustentabilidade.

No entanto, especialistas indicam que o problema principal reside no regime dos funcionários públicos federais, que gera custos desproporcionais em comparação ao regime geral do INSS.

Soluções Alternativas para equilibrar a cobrança de impostos na folha de pagamento

A busca por soluções para a Previdência Social deve considerar alternativas à reoneração da folha de pagamento, como:

  • Diversificação das fontes de financiamento: Explorar outras fontes de receita para o sistema previdenciário, como tributação de setores que não o trabalho, combate à sonegação e investimentos em fundos previdenciários privados;
  • Reforma do regime dos servidores públicos: Implementar reformas estruturais no regime previdenciário dos servidores públicos, buscando maior equidade e sustentabilidade;
  • Combate à informalidade: Combater a informalidade no mercado de trabalho, expandindo a base de contribuintes e aumentando a arrecadação previdenciária.

O ajuste da folha de pagamento, por si só, não se configura como uma solução definitiva para os desafios da Previdência Social.

É necessário um debate amplo e multissetorial que busque soluções alternativas, como a diversificação das fontes de financiamento, reforma do regime dos servidores públicos e combate à informalidade.

Garantir um mercado de trabalho justo e formalizado, com direitos trabalhistas preservados, é crucial para o desenvolvimento social e econômico do país.

Imagem: Canva/ Edição: Roberta de Oliveira